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sábado, novembro 23, 2024
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49% dos cigarros comercializados no Brasil são ilegais

Nova pesquisa do Ibope Inteligência/Ipec aponta que, em 2020, ano marcado pelo enfrentamento da pandemia da COVID-19, a ilegalidade respondeu por 49% de todos os cigarros consumidos no Brasil, sendo que 38% foram contrabandeados principalmente do Paraguai e 11% foram produzidos no Brasil, por fabricantes classificados como devedores contumazes, que fazem do não pagamento de impostos o seu negócio. Com isso, 53,9 bilhões de cigarros ilegais inundaram as cidades brasileiras no último ano. A pesquisa foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO).
O cenário da pandemia mundial provocou uma alta inédita no dólar que elevou o preço do produto ilegal. Com a cotação da moeda norte-americana ultrapassando a marca de R$ 5, o custo médio do cigarro do crime passou de R$ 3,44, em 2019, para R$ 4,44, em 2020, aproximando, assim, o produto do crime do cigarro legal – que, no Brasil, tem o preço mínimo definido por lei no valor de R$ 5. Essa diminuição na diferença de preços provocou, pela primeira vez nos últimos dez anos, uma queda considerável no consumo do cigarro ilícito e consequente migração do consumidor para o cigarro legal, produzido nacionalmente, sob as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo Edson Vismona, presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), os resultados do levantamento em 2020 mostram que é possível para o Brasil combater a ilegalidade no setor de cigarros, substituindo o ilícito pelo produto legal. “A pandemia alterou fatores econômicos que impactaram também o negócio do crime organizado. Isso mostra que se mexermos nas variáveis econômicas de modo a atacar de frente o produto ilegal, o mercado legal nacional tem toda a capacidade de assumir essa parcela, gerando emprego e arrecadação, sem resultar em aumento de consumo”, aponta Vismona.

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