Com solado fino, o modelo não diminui o impacto ao caminhar
O verão está chegando e, com ele, o vestuário fica mais leve, despojado e confortável. Para as mulheres, a rasteirinha é o calçado eleito para dar o toque final à composição do look. Mas o que parece sinônimo de conforto, se usado em excesso, pode causar transtorno futuro, com o desenvolvimento da fascite plantar.
O problema é um processo inflamatório ou degenerativo que afeta a fáscia plantar, membrana de tecido conjuntivo fibroso e pouco elástico, que recobre a musculatura da sola do pé, desde o osso calcâneo, e que garante o formato do calcanhar, até a base dos dedos dos pés. A fáscia plantar auxilia a manter a curvatura do pé firme, graças à sua capacidade de amortecer e distribuir o impacto. “Se for caminhar muito, o ideal é utilizar calçados que protejam o pé. Com a rasteirinha, você joga o peso todo em cima do calcanhar, sem nenhuma proteção”, explica o presidente da ABTPé (Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé). “Como não protegem a região, também aumentam o risco de dedos quebrados, torções, bolhas e arranhões”, acrescenta.
O especialista esclarece que os melhores sapatos – quando se planeja fazer longas caminhadas durante o dia – são aqueles que dão apoio ao calcanhar, não comprimem os dedos e têm cadarços ou tiras que segurem o calçado no lugar. “Uma alternativa é usar sapatilha com sola um pouco mais grossa e também com um salto pequeno, de uns dois centímetros, para aliviar a pressão no calcanhar e na coluna”, pontua.
Sintomas
Dor intensa debaixo do pé, perto do calcanhar, é o principal sinal da fascite plantar. Geralmente, a dor é mais intensa pela manhã, mas alivia durante o dia com o caminhar, mas isso não impede que a dor apareça em qualquer ponto da fáscia, depois de longos períodos em pé, após subir escadas ou até mesmo depois de ter repousado um pouco.
Tratamento
A recuperação da fascite plantar costuma ser lenta. O tratamento pode ser realizado por meio de medicamentos antiinflamatórios e analgésicos, uso de palmilhas especificamente moldadas e fisioterapia diária, que pode ser realizada em casa, desde que haja orientação médica.
A intervenção cirúrgica não é comumente indicada e ocorre apenas quando os tratamentos não trazem melhora aos pacientes.