O período do verão e os meses que antecedem o Carnaval ocasionam um aumento considerável no público das academias. O número de pessoas em busca de boa forma para desfilar em praias, clubes e, também, nos eventos carnavalescos cresce efetivamente nessa época do ano. De acordo com o proprietário de uma grande academia, esse crescimento gira em torno de 30%.
Ainda segundo ele, o clima quente estimula as pessoas a usarem menos roupa e, consequentemente, a preocupação com o corpo escultural aumenta. “Além disso, o verão faz com que as pessoas se sintam mais animadas a saírem de casa e dispostas a praticarem algum exercício físico”, afirma.
Nessa corrida em busca do corpo ideal e na consequente intensificação dos exercícios físicos, muitas pessoas têm amargado experiências ruins que afetam a saúde e, principalmente, o coração.
O médico da equipe de cardiologia do Madrecor Hospital, de Uberlândia, Fernando Augusto, que atende no pronto atendimento cardiológico da instituição, informa que toda semana são atendidos em média três pacientes com algum sintoma decorrente da prática de exercícios físicos. Muitos chegam com palpitações, dores no peito e mal-estar. “Recentemente nós atendemos um paciente de 39 anos que, em busca de melhorar o físico para o carnaval, começou a praticar o Crossfit. Após três dias de exercícios, ele deu entrada no Hospital e foi necessário colocar um stent – endoprótese expansível que é inserida em uma artéria acometida por uma obstrução parcial ou total – sendo inserido em uma das principais artérias que irrigam o coração.
Segundo Fernando Almeida, o paciente tinha um histórico de sobrepeso e tabagismo, e a prática desregrada de exercícios físicos pode ter contribuído para a ocorrência do infarto precoce.
Dica importante
Diante disso, o médico ressalta a importância de as pessoas realizarem uma avaliação da saúde antes de praticar algum exercício físico, independentemente da idade. “Sempre que for iniciar qualquer atividade física, procure um cardiologista para fazer um check´up cardiológico, como teste ergométrico, ecocardiograma, exames laboratoriais para detectar se não há alteração dos níveis de colesterol. Muitas pessoas acreditam que pelo fato de terem pouca idade estão aptas a enfrentar uma academia sem a necessidade de se realizar uma avaliação médica. Todavia, pesquisas comprovam que problemas cardíacos não escolhem idade. Cada vez mais os jovens são acometidos por alguma doença no coração e com os recursos e estudos avançados na medicina cardiológica conseguimos fazer uma investigação bem precisa e o diagnóstico precoce”, destaca.