Estudar, brincar e interagir são ações que fazem parte da rotina de qualquer aluno na escola regular, mas nem todos conseguem participar dessas atividades propostas sozinhos. Alguns dependem de apoio especial para se desenvolverem no espaço escolar. É o caso dos estudantes que possuem o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), condição que afeta significativamente no aprendizado.
A dissertação de mestrado de Tatiane Daby de Fatima Faria Borges, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), analisa as práticas de ensino desenvolvidas por professores na escola regular, expõe causas pelas quais a educação no Brasil não é inclusiva e explica como a as percepções dos alunos autistas podem ser estimuladas na disciplina de matemática.
Para fundamentar seu estudo, Daby fez a leitura de teorias do psicólogo educacional estadunidense Robert Gagné. Ele foi um dos autores sugeridos na disciplina Tópicos Especiais em Educação Ciências e Matemática, ministrada pelo orientador de sua dissertação, professor Guilherme Saramago de Oliveira, que também é pesquisador sobre Educação em Ciências e Matemática, da Faculdade de Educação (Faced).
Além disso, a pesquisadora refletiu sobre como o professor pode auxiliar para efetivar as práticas pedagógicas adaptativas a partir das competências pessoais de cada estudante. O estudo também apresenta as vivências da autora no trabalho como supervisora pedagógica de uma escola de anos iniciais, onde estavam matriculados alunos autistas, em diferentes níveis do transtorno autístico.
Diagnóstico
Antes de buscar respostas, Daby buscou entender o que é TEA, definido como um transtorno neurológico que compromete a interação social e a capacidade de estabelecer a comunicação verbal e não verbal. É importante lembrar que há variações quanto ao grau de comprometimento.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (referência mundial de critérios para diagnósticos), a maioria das pessoas autistas apresentam um comportamento restritivo, no qual podem repetir o mesmo movimento várias vezes, como agitar as mãos. E também demonstram certa dificuldade de compreender emoções pessoais, de familiares e colegas de classe.