A partir de 2020, povos
ciganos terão direito à reserva de vagas nos 115 cursos de graduação da Universidade do Estado de
Minas Gerais (Uemg). A garantia atende a uma demanda da Associação
Estadual Cultural de Direitos e Defesas dos Povos Ciganos, por considerar que
grande parte dessa população tem dificuldade em acessar o ensino superior
público. Em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social
(Sedese) registra acampamentos nômades em 120 municípios.
Nas políticas públicas brasileiras, os ciganos não tiveram a mesma trajetória
de reconhecimento que outros povos tradicionais, como indígenas e quilombolas,
explica a antropóloga e pesquisadora da UFMG, Juliana Campos. Ela lembra que o
grupo passou muito tempo invisibilizado e que iniciativas como as cotas para
ingresso na universidade são essenciais para garantir direitos básicos a essa
população.
A Uemg tem 20
unidades espalhadas pelo estado, sendo cinco na capital e outras 15 no
interior. A reserva de oportunidades foi feita a partir de um pedido da
associação, por intermédio da Sedese.