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quinta-feira, novembro 21, 2024
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País tem 60,2 mi de brasileiros com o nome sujo no comércio

O Brasil fechou dezembro com aproximadamente 60,2 milhões de brasileiros com alguma conta em atraso e com restrição de CPF para contratar crédito ou fazer compras parceladas. A estimativa foi feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O total representa 39,6% da população com idade entre 18 e 95 anos.

“Mesmo com a lenta recuperação econômica em curso, as famílias ainda enfrentam dificuldades para honrar seus compromissos em dia. A reversão desse quadro passa pela continuidade da melhora econômica”, afirma em nota o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.

Em dezembro, houve um aumento de 1,27% na quantidade de inadimplentes na comparação com o mesmo mês do ano passado e de 0,63% na variação mensal, entre novembro e dezembro.

O levantamento mostra que a faixa etária com mais restrição de crédito é aquela entre 30 e 39 anos. Em dezembro, metade da população nesta faixa etária (50%) tinha o nome inscrito em alguma lista de devedores, somando um total de 17,08 milhões.

Por região do país, o Sudeste é o que concentra a maior quantidade de consumidores com contas em atraso: 24,9 milhões – 38% do total de consumidores que residem no estado.

Como controlar

O coordenador do PAS (Programa de Ajuda aos Superendividados), Diógenes Donizete Silva, diz que o endividamento é normal. “Todo mundo tem dívida. É preciso ter controle sobre a dívida para conseguir pagar as prestações em dia.”

O problema começa justamente quando o consumidor perde o controle e gasta mais do que consegue pagar. Para orientar o consumidor endividado sobre como reequilibrar a vida financeira, o Procon oferece o PAS desde 2012.

“Consideramos como superendividada a pessoa cujo pagamento das dívidas comprometem sua subsistência, como alimentação, saúde, educação, contas de consumo. Normalmente isso acontece quando as dívidas superam 30% da renda líquida”, afirma o coordenador do PAS.

Quando esse limite de 30% é ultrapassado, Donizete diz que é preciso ficar alerta. “O consumidor começa a entrar em uma situação de risco, muito suscetível ao descontrole.”

Ele diz que é comum acontecerem casos de aposentados que pegaram um empréstimo consignado – com desconto direito na aposentadoria -, se enrolaram e contraíram uma segunda dívida para quitar a primeira. Por isso, se não houver necessidade, é bom evitar empréstimos, principalmente aqueles com taxas de juros mais altas.

Inadimplência

Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), diz que quase 40% da população entre 18 e 95 anos está inadimplente.

Segundo ela, 75% das dívidas têm mais de 1 ano. O número médio de dívidas é de 1,95 por pessoa – em 2015 eram 2,13 por pessoa. “Parece pouco, mas para virar uma bola de neve é muito fácil. Se deixar para pagar depois, a chance de a dívida crescer é muito grande.”

A economista diz que a maioria dos inadimplentes cita o desemprego como razão da impontualidade do pagamento. “Uma investigação mais detalhada mostra que as pessoas poderiam evitar essa situação com maior planejamento dos gastos.”

Para ajudar o consumidor a limpar o nome, o SPC conta com o site Meu Bolso Feliz. “Ele mostra o caminho das pedras para a pessoa se recuperar e organizar seus pagamentos”, afirma Marcela.

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