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sexta-feira, novembro 1, 2024
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​Vantagem competitiva: lítio produzido no Brasil tem rastreabilidade social e ambiental 

Entre os temas discutidos durante a Exposibram, o maior evento de mineração da América Latina, que aconteceu entre os dias 9 e 12 de setembro, em Belo Horizonte, destacaram-se os painéis que abordaram o potencial do Brasil para suprir a demanda mundial por minerais críticos como lítio, grafita, níquel, nióbio e tungstênio, entre outros.

A Sigma Lithium, líder brasileira no processamento de lítio, esteve nos debates sobre ESG do evento, relatando diretrizes, padrões e ações que a empresa adota e seus compromissos socioambientais com as comunidades no entorno do empreendimento. Sua CEO, Ana Cabral, falou sobre como o processo de produção e industrialização do lítio verde tem contribuído para o desenvolvimento socioeconômico sustentável do Vale do Jequitinhonha.

Ana Cabral afirmou também que há uma lacuna no mercado global de lítio, mas que essa oferta está sendo preenchida com produto de origem duvidosa. Segundo ela, o Brasil tem vantagem competitiva e pode preencher esse espaço com produto de baixo custo, que respeita o meio ambiente, trabalhadores e comunidades.

A CEO da Sigma Lithium também comentou que existem operações de lítio iniciadas em grande escala e baixo custo, mas que têm práticas “abjetas de rastreabilidade”. Ela se referiu ao lítio extraído em países africanos sob condições que frequentemente violam normas internacionais e parâmetros ambientais e sociais.

Um dos destaques trazidos por Ana Cabral foi a rastreabilidade do lítio produzido pela Sigma no Brasil. “Aqui, a rastreabilidade é ambiental e social, nos padrões dos melhores players do Ocidente, como Austrália e Canadá. Ou seja, elevamos o padrão, mas mantivemos o custo baixo, o que é uma vantagem competitiva enorme para nosso país. O consumidor que compra um carro elétrico cuja bateria é alimentada com insumo da Sigma Lithium pode ficar tranquilo, sabendo que aquele lítio é limpo, rastreável e respeita os direitos humanos”. Ela acredita que o Brasil tem todas as condições de suprir essa lacuna com produto rastreado do ponto de vista social e ambiental. E elogiou a chegada da Pilbara no país: “É uma honra de ter a Pilbara vindo também para a região, se juntando a nós, para criar mais escala e corpo no território”, celebrou. 

Hoje, a Sigma Lithium é o quarto maior complexo industrial de lítio do mundo. E, após construir sua segunda planta de beneficiamento, a Sigma será o quarto produtor mundial de lítio.  “Nós vamos dobrar de tamanho. Fazer isso a custo baixo não é trivial, e ainda mantendo os padrões carbono zero”, ela ressalta ainda que a qualidade do lítio verde da companhia representa 30% de economia aos seus clientes.

O aumento de tamanho, conforme lembrou Ana Cabral, recebeu financiamento do Fundo Clima do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima, criado com a finalidade de garantir recursos a projetos focados na mitigação das mudanças climáticas. Com os recursos, a empresa aumentará sua capacidade produtiva de 270 mil toneladas por ano de concentrado de lítio para 520 mil toneladas por ano. O concentrado de lítio é um insumo essencial para baterias de carros elétricos.

Olhar Social e Preservação Ambiental: as conquistas do Vale do Jequitinhonha também foram destaque na Exposibram 2024

Ana Cabral citou para a plateia repleta de profissionais que atuam no setor, que a Sigma Lithium está tocando diversos projetos visando contribuir com o desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha. Dois exemplos deste avanço são os municípios de Itinga e Araçuaí, que viram seus Produtos Internos Brutos (PIB) per capita subirem a percentuais acima de 20% nos últimos anos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (fonte: Agência Minas).

Outro aspecto destacado pela CEO da Sigma foi o impacto social do projeto para o Vale do Jequitinhonha. ‘Geramos mais de 1.500 empregos diretos, 13 mil indiretos e cerca de 21 mil postos de trabalho por meio do apoio ao microempreendedorismo feminino e à irrigação para pequenos agricultores de subsistência. Além disso, vale sempre lembrar que somos uma indústria de zero carbono, um dos principais pilares da sustentabilidade ambiental’, detalhou.

O lítio que transforma vidas. Ana Cabral também apresentou detalhes do Programa Dona de Mim, a maior iniciativa privada no Brasil voltada à geração de renda para mulheres que se tornam microempreendedoras, que, inclusive, contou com estande na Exposibram. “As duas mil empreendedoras apoiadas pelo Dona de Mim beneficiam 10 mil pessoas. Os números são enormes e vão aumentar quando dobrarmos de tamanho.”

A Sigma Lithium levou um grupo de mulheres beneficiadas pelo fundo para apresentar e vender seus produtos – artesanatos, velas aromáticas, bolsas, materiais de crochê, biscoito, geleias e queijos – em estande aos participantes da Exposibram.

Durantes as discussões sobre ESG, a professora Maria José Salum, conselheira de sustentabilidade da Sigma apresentou decisões da empresa que, mesmo tendo impactos econômicos, vão ao encontro aos seus valores.

Maria José citou a divisão do corpo mineralizado, Pegmatito Xuxa, em duas cavas, com o objetivo de não interferir na Área de Preservação Permante – APP do Ribeirão Piauí-, do qual dependem 80 famílias.

Essa decisão representa perda de 30% de reservas minerais. A disposição em operar simultânea em duas cavas vai beneficiar os municípios de Itinga e Araçuaí, que irão dividir os valores de royalties (CFEM). A disposição de pilhas de estéril e rejeitos em áreas já degradadas, que evita a supressão da vegetação, também foi outra medida adaptada pela Sigma, apresentada durante a Exposibram, que este ano teve mais de 70 mil visitantes e 500 expositores.

 

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