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domingo, abril 28, 2024
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Atendimentos dos Bombeiros garantem a vida de milhares de crianças e criam laços fraternais em Minas Gerais

“Eu gosto da Pipícia (sic) e do Júnior. Estou com saudades”, diz a pequena Alice, três anos, em um vídeo destinado à sargento Patrícia Pereira e ao soldado Junior Epifânio, do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) de Unaí, no Território Noroeste. Em 2015, aos dois meses de idade, os militares salvaram a vida de Alice, acometida de uma severa parada respiratória.

“Eu estava em uma reunião na escola do meu filho do meio quando minha mãe ligou dizendo que ia levar a Alice para o hospital, que ela estava engasgada, ela e meu pai tinham tentado de tudo em casa e não tinham conseguido resolver. Fui correndo para casa, cheguei e o meu pai estava chorando no portão, não conseguia nem me responder. Saí desesperada para o hospital, quando alguém me ligou e disse que não tinha dado tempo nem de chegar lá. Que eles estavam no Corpo de Bombeiros tentando reanimar a Alice. Fui para lá na hora”, conta a mãe da Alice, a funcionária pública Renilda de Sousa Duarte, de 42 anos.

Ao chegar ao 3º Pelotão do Corpo de Bombeiros Militar – Unaí, a cena era preocupante: a sargento Patrícia e o soldado Junior faziam os procedimentos para reanimar Alice já há alguns minutos, sem sucesso. “Lembro de ouvir a sargento ficar repetindo com o Júnior: vamos, vamos, vamos! E ele fazia massagem, revezava com a Patrícia, e nada. Foi quando, depois de algum tempo, a Alice chorou. A sargento a entregou a mim e falou para eu levá-la na mesma hora para o hospital, já que ela tinha demorado bastante tempo para voltar”, diz.

No hospital, os médicos avaliaram a bebê, que estava sem sequelas. Após a alta, ao chegar novamente em casa, Renilda resolveu levar um presente aos militares, como forma de agradecimento.

“Sei que eles socorrem muita gente, atendem muitos casos. Mas fiz questão de ir agradecê-los, e a gente foi muito bem recebido, porque eles estavam comemorando aquela vida. Era uma alegria só”, relata Renilda. No mesmo dia, os militares se ofereceram para ensinar Renilda e aos avós de Alice os primeiros socorros em caso de novo engasgamento. Ali começava uma amizade e um vínculo que ninguém teria imaginado.

“Eu passava na porta do pelotão, levava ela para eles verem. E eles pegavam ela, faziam festa. Ela foi crescendo, eu chegava lá e o pessoal já sabia quem era a Alice. E foi criando aquele vínculo. No primeiro aniversário dela eu chamei eles, eles vieram. No aniversário de dois aninhos, como eu sempre contava pra Alice sobre o resgate dela, e ela via o carinho dos tios Junior e ‘Pipícia’ com ela, ela me pediu para vestir de Bombeiro”, completa Renilda.

Renilda procurou o quartel para saber onde os uniformes eram confeccionados. Descobriu que eram feitos em outra cidade, mas correu atrás e conseguiu fazer a farda da pequena. “Escrito Alice e tudo direitinho. Mandei o convite para eles e não contei o tema do aniversário. Quando eles chegaram, ficaram muito emocionados. Para mim, eles são muito importantes. São da família. Ela sempre fala neles, reza por eles, faz a oração do anjo da guarda e pede para Deus proteger a Pipícia e o Junior”, destaca a mãe, que recebe visitas constantes dos militares.

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